Local da facada tem culto, e Bolsonaro ganha festa de ministros 1 ano após ataque
JUIZ DE FORA, MG, E BRASÍLIA, DF (FOLHAPRESS) – A facada sofrida por Jair Bolsonaro (PSL), que completou um ano nesta sexta-feira (6), foi lembrada por apoiadores do agora presidente da República durante culto em Juiz de Fora (MG), local do ataque, e por familiares e ministros em uma festa particular em Brasília.
O deputado federal Eduardo Bolsonaro (PSL-SP) visitou a cidade mineira para agradecer pela vida do pai, que segundo ele, foi salva por "intervenção divina" há um ano.
O parlamentar participou de uma mobilização ao lado de grupos de apoiadores do presidente, que voltaram a se reunir na esquina das ruas Halfeld e Batista de Oliveira, no centro da cidade.
No local, há exatamente um ano, o então candidato à Presidência sofreu um atentado durante uma atividade de campanha após uma facada desferida por Adélio Bispo de Oliveira.
Em alusão à data, considerada um segundo aniversário pelo próprio presidente, um grupo de apoiadores do presidente se concentrou no local para um ato no início da noite -com direito a um bolo com velas. Ao fim, foi executado o Hino Nacional.
Organizada pelo grupo Direita Minas Juiz de Fora, a ação foi chamada de "culto ecumênico em ação de graças pela vida" do presidente.
Em sua fala no trio elétrico, Eduardo se mostrou emocionado ao se lembrar de que era a primeira vez que estava no local do ataque.
"Quando não se tem informação e é um parente seu, você acaba pensando no pior no primeiro momento", disse, sobre quando recebeu a ligação de que o pai havia sido esfaqueado.
Antes do ato público, o filho do presidente visitou a Santa Casa de Misericórdia de Juiz de Fora, hospital que prestou os primeiros-socorros e realizou uma cirurgia de emergência no então candidato após a facada. O encontro com representantes da entidade foi a portas fechadas.
"Vim para este agradecimento comemorando um ano daquele que, segundo as palavras do próprio presidente, é o segundo aniversário dele", afirmou Eduardo. "É um evento para agradecer pela vida do meu pai. Um culto ecumênico. A gente acredita que teve muito da intervenção divina naquele dia. Foram várias as coincidências que permitiram que ele estivesse vivo".
O parlamentar chamou a equipe médica da época de "muito qualificada". "Esta conexão de fatores, junto com a ação rápida da Polícia Federal no socorro, possibilitou que ele estivesse vivo", disse.
Eduardo Bolsonaro afirmou ainda sobre a liberação de recursos da ordem de R$ 2 milhões por meio de emenda parlamentar protocolada no ano passado pelo gabinete do então deputado Jair Bolsonaro para a Santa Casa de Juiz de Fora.
Esta semana, por meio nota, o hospital afirmou que "ainda não recebeu nenhuma das emendas impositivas" feitas por parlamantares ano passado. "Acreditamos que até o fim de 2019 elas cheguem. Baseados em nossas experiências anteriores, os prazos estão dentro do esperado".
"Confesso que não sei. Esta foi mais uma demanda que recebi do presidente da Santa Casa", afirmou Eduardo. "Vamos dar uma olhada junto à secretaria competente para verificar quando ocorrerá a liberação desta emenda.
Eduardo pediu ainda orações para nova cirurgia do pai, neste domingo (8), e também palmas para a equipe médica da Santa Casa.
"Juiz de Fora não fica marcada como uma cidade em que aconteceu algo triste, mas como uma cidade feliz, que salvou a vida dele. Não fosse isso, o filho dele não estaria aqui hoje. Jair Bolsonaro é paulista de nascimento e mineiro de coração".
FESTA COM MINISTROS
Em Brasília, a primeira-dama, Michelle Bolsonaro, os filhos do presidente e os ministros de seu governo se reuniram no fim da tarde desta sexta-feira no Palácio do Planalto para cantar "Parabéns a você" para o presidente.
De acordo com relatos feitos à reportagem, Bolsonaro chorou com as falas dos auxiliares. O ministro da Casa Civil, Onyx Lorenzoni (DEM), foi um dos que mais emocionou o presidente.
Mais cedo, ao deixar o Palácio da Alvorada, Bolsonaro disse considerar a data seu aniversário, em alusão ao episódio em Juiz de Fora.
"Hoje, meu aniversário. Nascido em Juiz de Fora. Muito obrigada, Santa Casa de Juiz de Fora, profissionais de saúde e demais. Estou vivo, graças a Deus, e dirigindo, com a graça de Deus, o destino desta nação", afirmou o presidente.
Embora a celebração no Planalto tenha tido bolo e outros quitutes, Bolsonaro não pode comer. De acordo com auxiliares palacianos, o presidente está seguindo uma dieta líquida -à base de Gatorade- para se preparar para a cirurgia a qual será submetido no domingo (8).
Bolsonaro fará a intervenção para retirar uma hérnia surgida no abdômen em função das três operações anteriores a que foi submetido, algo que já era previsto pelos médicos que o atenderam.
FOLHAPRESS
7 de setembro de 2019
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