Justiça egípcia condena à morte ex-presidente Mursi e líderes da Irmandade Muçulmana

0
363
Reuters
Um tribunal egípcio condenou o presidente deposto Mohamed Mursi à morte nesta terça-feira sob a acusação de assassinato, sequestro e outros crimes durante uma fuga em massa de uma prisão em 2011.
O guia geral da Irmandade Muçulmana, Mohamed Badie, e outros quatro líderes da instituição também foram condenados à morte. Mais de 80 outras pessoas foram sentenciadas à pena capital à revelia.
Mais cedo nesta terça-feira, o tribunal já havia condenado Mursi à prisão perpétua, que no Egito significa 25 anos de prisão, em um caso separado relacionado a conspiração com grupos estrangeiros.
O islamita se tornou o primeiro presidente democraticamente eleito do Egito após a queda em 2011 do presidente autocrata Hosni Mubarak, que estava há décadas no poder, mas Mursi foi derrubado pelo Exército em 2013, após protestos em massa contra seu governo.
O tribunal condenou no mês passado Mursi e seus companheiros pela morte e sequestro de policiais, atacar instalações policiais e pela fuga em massa da prisão durante a revolta de 2011 contra Mubarak.
O pedido de sentença de morte tinha atraído críticas dos Estados Unidos, outros governos ocidentais e grupos pró-direitos humanos. Após a condenação nesta terça-feira, um dirigente da Irmandade Muçulmana disse que o julgamento tinha "caído abaixo de todas as normas internacionais".
"Esse veredicto é um prego no caixão da democracia no Egito", afirmou Yahya Hamid, ex-ministro e atual chefe de relações internacionais da Irmandade, em entrevista coletiva em Istambul.
O juiz Shaaban el-Shami disse que o grão-mufti, a maior autoridade religiosa do Egito, havia expressado a opinião de que a pena de morte era permitida para os réus que haviam sido submetidos a seu parecer.
Mursi, vestido em uma roupa azul da prisão, parecia calmo e sorriu levemente quando o juiz leu a primeira sentença no tribunal da Academia de Polícia. Mursi afirma que o tribunal não é legítimo e descreveu os processos judiciais contra ele como parte de um golpe liderado pelo ex-chefe do Exército Abdel Fattah al-Sisi em 2013.
Desde a queda de Mursi autoridades egípcias têm reprimido os islamitas, em uma operação que resultou na morte de centenas e na prisão de milhares. Sisi, atual presidente do país, diz que a Irmandade representa uma grave ameaça à segurança nacional. O grupo mantém seu ativismo pacífico.
REUTERS

Leave a reply

By continuing to use the site, you agree to the use of cookies. more information

The cookie settings on this website are set to "allow cookies" to give you the best browsing experience possible. If you continue to use this website without changing your cookie settings or you click "Accept" below then you are consenting to this.

Close